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Aurora, Ceará, Brazil
Músico licenciado do curso de Música da Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri.
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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A importância da modinha e do lundu para a música brasileira.



                                                                                    Modinha.
       
         A modinha surgiu no Brasil no século XVIII e se popularizou graças ao sucesso que o mulato Domingos Caldas Barbosa alcançou na corte portuguesa. Desde então a modinha foi considerada o primeiro gênero de música especificamente brasileira, ao qual conseguiu chegar ao gosto da população brasileira.  
        Antes de a modinha chegar aqui no Brasil e se popularizar, ela já existia em Portugal, porém com características poéticas e musicais distintas das características que viera a ganhar aqui no Brasil. As principais características que a modinha portuguesa tem é que são canções líricas, singelas e de curta duração, feita para uma ou duas vozes e tocadas com guitarra ou teclado, já a modinha brasileira se define e se diferencia da outra por ter aspectos diferentes como: melodia ondulante, entrecortadas e compostas por motivos sincopados, cromatismos melódicos, porém com um acompanhamento singelo e sempre primando por uma certa delicadeza, ao qual são características da moda portuguesa. Há também modinhas que se destacam por ter uma personalidade própria, que trazem consigo elementos que podemos associar aos elementos afro-brasileiros e forma uma base para o choro, o maxixe e consequentemente o samba.  
        Fomos ao logo do tempo muito influenciados pela cultura européia, especificamente por Portugal e pela Itália, mas apesar da forte influência social, cultural e musical, conseguimos nos sobressair e criar características próprias dentro da modinha que nos levaram a base de outros gêneros como o maxixe, samba e o choro, que foi a questão da frase sincopada e também do staccato da viola de arame, essas duas características citadas formam um elo muito grande da modinha com os ritmos citados nesse parágrafo.  
        É importante ressaltar que a modinha veio das classes mais abastadas e aos poucos foi se popularizando até se tornar o principal meio de expressividade musical tanto em Portugal quanto no Brasil, esse fenômeno é de se chamar muita atenção, já que existe outro gênero que também foi muito famoso no mesmo período (XVIII) e que ao qual o efeito foi contrário. O lundu é um estilo de dança que foi originado pelos escravizados africanos trazidos para o Brasil e que acabou se aproximando da modinha, fazendo com que se criassem novos estilos provenientes dessa fusão, como: lundu-canção, lundu-dança.  
                                                                                      Lundu.
        
        
        O lundu como já citado veio dos africanos escravizados trazidos pelos portugueses e teve sua fama já no século XVIII, apesar da forte resistência que teve no início pela igreja e até mesmo pela corte foi aos poucos ganhando espaço e também a graça da elite e da corte portuguesa, fazendo assim um efeito contrário da modinha, que veio da elite até o povo, já o lundu, como pode observar, saiu do povo e com o passar do tempo e com algumas mudanças em suas características conseguiu alcançar a elite.  
        As principais características musicais do lundu são: predominância de tonalidade maior, peça para voz solista ou a duas vozes, compasso binário simples e linha melódica sincopada. Já características textuais podemos destacar o uso de refrão e de quadra com versos em redondilha maior.  
        A modinha e o lundu se tornaram os principais meios de manifestações musicais do século XIX, fazendo com que fossem cultivadas tanto no meio popular quanto no meio erudito. Podemos destacar grandes nomes da música que utilizaram em suas composições a modinha e o lundu, como por exemplo: Pe. José Maurício, Marcos Portugal, Carlos Gomes... mas nenhum deles se sobressaiu mais do que Domingos Caldas Barbosa, que fez com que esses gêneros ficassem reconhecidos tanto pela corte quanto pela população.
        A modinha e o lundu hoje em dia, de acordo com opiniões de musicólogos e historiadores forma o pilar fundamental da música popular brasileira e foi utilizada por diversos compositores importantes ao longo do tempo, de exemplo podemos citar desde o mulato Domingos Barbosa (XVIII) até Tom Jobim (XX). Grandes nomes como Marcos Portugal (XVIII), Pe. José Maurício (XVIII), Carlos Gomes (XIX), Chiquinha Gonzaga (XIX), Xisto Bahia (XIX), Villa Lobos (XX) e Chico Buarque (XX), não podem deixar de ser citados. Com isso podemos ver a força com que esses gêneros puderam empregar a música brasileira e poder observar que nem o tempo é capaz de apagar a sua importância, pois a base da nossa música popular como podemos ver está na modinha e no lundu.
FONTES:

TINHORÃO, José Ramos. História Social da Música Popular Brasileira, São Paulo: ED 34,1998

LIMA, Edilson V. Modinha e o Lundu no Brasil: As primeiras manifestações da música popular urbana no Brasil. Revista Textos do Brasil, Brasília, p. 40 – 46, 10 jul.2005

Mestre Antônio Pinto

                  Mestre Antônio Pinto, construtor e tocador de rabeca.




        Antônio Pinto Fernandes nasceu no Sítio Cobra, Aurora-CE, no dia 18 de outubro de 1922, é agricultor, carpinteiro e luthier, teve como principal influência o seu pai José Pinto Fernandes, ao qual também era carpinteiro e tocador de rabeca, porém Mestre Antônio Pinto aprendeu a arte de fazer e tocar rabeca apenas observando o pai que possuía uma pequena forma que servia de molde para fabricar os instrumentos. Com uma das rabecas feitas pelo pai, mestre Antonio, ainda criança, foi pro mato munido apenas de um facão e lá aprendeu a construir suas rabecas. Foi aperfeiçoando seu ofício de forma intuitiva e criativa, utilizando o que tinha nas mãos e por vezes “emprestando” as ferramentas do pai. 
        Ao observarmos as suas rabecas percebemos que ele sofrera grande influência no estilo mineiro de se fazer o citado instrumento, pois o mesmo residiu em Minas Gerais e com o tempo que passou lá pôde adquirir as características da arte mineira, pois ao se fazer uma análise técnica sobre aspectos principais do instrumento podemos observar a diferença que vai desde seu tamanho e seu formato até os acessórios usados no instrumento, como o estandarte feito de chifre de boi. A madeira que ele usa é o cedro, e usa quatro cordas de violão, o que deixa o som cheio e grave. Os instrumentos feitos por ele possuem um comprimento de 62 cm, considerado grande se comparado as rabecas feitas aqui no cariri.
        O  Mestre Antônio além de aprender a fazer e tocar rabeca só ao observar, também não hesitou em ousar mais de uma vez ao tentar fazer suas próprias ferramentas para trabalho, podemos considerá-lo um artista nato, e construtor não só de rabecas, mas da cultura brasileira. Merecidamente ganhou em 2006 o título de Mestre da Cultura concedido pelo Governo do Estado do Ceará, que veio como uma forma de reconhecimento prestado por ele à cultura do nosso estado.


Fonte: http://www.rabeca.com.br/site/interna.php?url=artesaos#antoniopinto

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Quem foi Zoltán Kodály?







        Em meados do século XIX, mais precisamente no ano de 1882, nascia em Keskémet, na Hungria, Zoltán Kodály, uma das figuras mais importante da história da educação musical mundial e principalmente do povo húngaro.
        Kodály era nacionalista, e esse fator o ajudou muito no aspecto educacional, pois foi com atitudes de reconstruir a cultura musical húngara que começou a escrever uma trajetória musical e educacional vasta e rica. Seus pais eram músicos amadores, e isso o ajudara a crescer com o destino traçado pela realidade familiar. Aprendeu a tocar piano e violino quando ainda era criança e também cantava no coro da catedral.
        A música húngara do século XX se encontrava um tanto perdida, e foi exatamente nesse período que Kodály junto com Bartók, proporcionaram ao povo húngaro uma espécie de espelho que conseguia refletir a alma musical, cultural e folclórica de todo um povo, que foram justamente as pesquisas feitas.
        As pesquisas feitas por Kodály e sua equipe, lhe renderam uma espécie de renascimento cultural, fornecendo assim um amplo panorama da música da Europa oriental, já que o seu amigo Bartók resolveu ir para uma pesquisa bem mais aprofundada e fora da Hungria, enquanto Kodály continuara em sua terra natal fortalecendo cada vez mais seus aspectos culturais.
       Como resultado dessas pesquisas, foi feito o método Kodály, voltado para educação musical, e com traços totalmente folclóricos e nacionalistas, pois as músicas e escalas utilizadas no ensino eram de origem húngara e também mais voltadas para o canto, solfejo.
      O método usado por Kodály foi de proporção revolucionária, pois tratava de ensinar alfabetização musical, leitura e escrita da música, treinamento auditivo, rítmico, canto e percepção musical. O ensino da música baseia-se no canto em grupo e no solfejo. O método também trata de forma especial as crianças, que até certo período só utilizam a escala pentatônica menor. Além de ser utilizado manossolfa, tonic solfa. Kodály juntou tudo e fez um planejamento gradativo e coerente, incluindo nesse mesmo: um sistema de símbolos de duração rítmica, um sistema de alturas relativas, conhecida como dó móvel e um sistema de sinais manuais que auxiliam o desenvolvimento de relações tonais, conhecido como manossolfa.
        Kodály teve como base para formar sua metodologia muitos elementos de figuras aqui já citadas nesse blog, como: Sarah Glover e Guido D'arezzo. Fazendo algumas  alterações e inovações, mas sempre mantendo a base proporcionada pelo monge Guido, que vivera no século XI.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Quem foi Sarah Glover?

                                                                 Sarah Anna Glover.




        Foi na Inglaterra, por volta do século XIX que surgira mais uma personagem importante para o mundo da música, e da educação musical. Seguindo os preceitos do bispo Guido D’Arezzo, a musicista Sarah Glover foi responsável por mais uma revolução da educação musical, pois adaptou o sistema de Guido D’Arezzo e estabeleceu que as sílabas do solfejo fossem indicar as funções tonais da escala maior e não apenas as alturas específicas das notas.
Por conta disso, a relevância maior passou a ser a forma de escala, o molde, sempre mudando a altura, mas nunca mudando sua tônica silábica, ou seja, a tônica sempre sendo o “Dó”.
        A princípio esse sistema foi intitulado com o nome de Tônica Sol-Fa na Inglaterra, mas posteriormente na Alemanha foi batizado como sendo Tonika-Do. Esse sistema era responsável pela preservação da relação intervalar entre a tônica e as demais notas da escala, fazendo com que uma melodia escrita e começada com a nota “G” (tônica) fosse cantada com a sílaba “Dó”, o “A” como sendo o “Ré”, e respectivamente o “B” como sendo “Mi”.
       O método sistemático e educativo de Sarah Glover também incluía o uso de sílabas específicas para cada alteração, como por exemplo, as sílabas: “Taa”, “Taatai”, “Tafetefe” e “Taatefe”, uma notação utilizando letras e ritmos sem a necessidade do uso da pauta, fazendo assim com que o aprendizado inicial começasse de forma mais simples e fácil de o aluno entender, além do uso de sinais manuais, conhecido como manosolfa, para ser utilizado em aprendizagem musical em grupos, que é de muita serventia em grandes grupos e inclusive é utilizado até hoje.
        Sarah Glover foi responsável por dispensar o ensino da música utilizando pauta, fazendo com que o ensino se torne muito mais simples e interessante. É importante destacar entre eles o uso de sinais para identificar o tempo da música, feito através das mãos, e também o uso de sinais para identificar a altura das notas (manosolfa), também feito com as mãos. Fazendo com que o ensino se torne cada vez mais visual e até mesmo mais “palpável” para o aluno.
        Por tudo isso Sarah Glover se sobressaiu no mundo da música, sendo considerada continuadora do método criado por Guido D’Arezzo e fazendo com que houvesse mudanças e adaptações importantes de um método para o outro.

Quem foi Guido D'arezzo?

                                                     Monge Guido D'arezzo. 



        Guido D’Arezzo foi um músico italiano e um monge beneditino nascido em Arezzo, e se tornou uma das figuras mais importantes da música de todos os tempos e um homem a frente de sua época, pois trouxe diversas inovações para o mundo da música. De exemplo temos: o processo de nomeação das notas musicais, o uso de sílabas diferentes para representar cada grau e sua aplicação nas práticas de solfejo em diferentes modos nos remete a Guido D’Arezzo, que foi também o criador do sistema hexacordal que tinha um padrão fixo de intervalos: dois tons, um semitom, e dois tons.
        Com o objetivo de facilitar a leitura musical da época, o monge propôs uma maneira própria de classificar os graus da escala, criou um sistema de solmização que sobrevive até os dias de hoje, onde sofreu só algumas modificações. O sistema criado por Guido tornava como base o hexacorde, no qual era um grupo de seis notas diatônicas apenas com um intervalo de semitom, no qual D’Arezzo propôs a nomeação das notas correspondentes ao famoso Hino de São João Batista, que tinha cada frase iniciada com: “Ut, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá”. O sistema completo utilizava três hexacordes, que eram denominados de: “’Naturale’, que se iniciava em ‘C’, o ‘Durum’, que se começava em ‘G’, e o ‘Molle’, que iniciava em ‘F’ e previa a existência de um ‘B bemol’“. Se uma melodia se estendesse além da extensão normal do hexacorde, utilizava-se então o processo de mutação, que dessa forma atendia as demandas do sistema modal da época e também se estendia por toda a tessitura vocal.
        O intervalo de semitom era sempre chamado de “Mi-Fá” e servia como ponto de referência nesse sistema de hexacordes, que inclusive as seis sílabas propostas por Guido se tornaram altamente conhecidas e utilizadas pela Europa, por aproximadamente cinco séculos, contudo muitas adaptações foram propostas e algumas se incorporaram até os dias atuais, por conta da transição do período modal para o tonal tornou-se necessário o acréscimo da oitava completa, uma sétima sílaba “Si” também foi adicionada, transformando o sistema até então hexacordal em heptacordal, a sílaba “Ut” também foi modificada pela sílaba “Dó” de entoação mais fácil. Sendo essa uma exceção apenas na França.

Música no Cariri: Maestro Esmerindo Cabrinha.: Por Luiz Domingos de Luna

  Banda de Música Sr. Menino Deus, com o maestro Esmerindo Cabrinha

   
        Respirando a atmosfera artística e cultural de Cajazeiras/PB, pelas ruas, pelos espaços concretos e abstratos, assim, ao chamado de qualquer instrumento Musical, ao acorde do som, ao movimento dos dedos, ao ritmo da composição, a harmonia das orquestras; estava lá, sempre vigilante, sem pressa, doado por inteiro, imergido nas ondas sonoras. Navegando na simplicidade, na humildade, na entrega total, na missão intrínseca do seu ser, servir a sociedade na educação musical, num processo contínuo, burilando no mundo mágico de sua criação as letras sonoras que iriam libertar o homem das masmorras sociais, pois toda pequenez da matéria, era pulverizada por um conjunto harmônico de sons vibratórios, dando uma dimensão elástica do ser, na passagem temporal da existência; a cada nota, expelida pelo fito musical, um sonho, um desejo, uma vontade determinada de salvar a juventude das correntes de uma modernidade balofa.
        Gostava sempre de, em cada fonte, um ponto de um novo nascimento, não um nascimento ditado, sistematizado, na ordem, nas regras de conduta, mas no auto-nascimento, pois a cada músico, a possibilidade plena do encontro entre o ‘Eu íntimo’ e o som projetado.
        É incrível como cada discípulo de Esmerindo Cabrinha conseguia esculpir na alma a busca pela perfeição, uma perfeição sem cobranças, sem normas, sem lei, sem correção, feita apenas com o olhar silencioso, o olhar de quem acredita, de quem confia, era como se o olhar falasse ‘não se preocupe, eu estou do seu lado, você consegue, você supera, você chega lá’. Este débito musical dos alunos iniciantes sempre formava o paredão da ética, do compromisso, da vontade de acertar, da determinação de mostrar para si e para o mundo que aquele mestre não estava ali em vão, ou por um momento existencial efêmero, mas sim, para abrir horizontes para jovens que só tiveram uma única oportunidade na vida, a oportunidade de aprenderem com o Maestro Esmerindo Cabrinha da Silva, isto era tudo que os alunos possuíam. Eu mesmo, quando da chegada do maestro em Aurora, sempre atentamente, assistia às suas aulas, a sua didática me contagiava, pois não era apenas um professor de música, era muito mais, um humanizador, um construtor da cidadania, da ética, do respeito ao conjunto, e por extensão a sociedade, por que não dizer a humanidade como um todo.
        Os alunos de Esmerindo viam no maestro um instrumento afinado que tentava reconstruir o espaço único da alma humana, numa luta contínua contra as intempéries negativistas que sujam a história da humanidade. Da minha convivência com o meu mestre musical, edificador da natureza humana em linhas suaves, decodificadas ao brilho da harmonia, da melodia sonora, ficava sempre admirado com a sua despreocupação com a grandeza do mundo material, pois para seu Esmerindo, a riqueza do ser humano estava em projetar para o mundo um benfeitor musical e social, um humanizador, conseguir isto, parecia algo utópico, mas no carrossel do vendaval da existência, a marca de Esmerindo Cabrinha da Silva ficou timbrada para sempre, esculpida no interior de cada um dos seus alunos que hoje pavimentam nos mais diversos rincões deste país o celeiro de grandes músicos que envaidecem o seu Estado natal, Paraíba, e a sua amada e nunca esquecida, Aurora no Ceará.

Música no presídio

                                       Internos da penitenciaria Industrial de Joinville ensaiando.


        Nesse primeiro momento, usei meu blog para falar de música envolvendo diretamente as pessoas, como vocês já perceberam, os dois últimos temas postados foram também de natureza social. Porém vejo esse tema com uma dificuldade maior das pessoas concordarem com o que o texto propõe, mas tentarei ser claro e objetivo sobre minha opinião.
        A maioria das pessoas já veem como um grande perigo o fato de o ensino da música ser usado em presídios. Já vão logo imaginando rebelião, violência... Mas isso nada mais é do que preconceito, não vejo perigo nenhum em uma proposta que só irá fazer bem aos detentos, com certeza será bem recebida por eles.
        A música tem um poder muito grande em modificar o modo de pensar e até mesmo a personalidade das pessoas, usando-a para com os detentos, só vejo benefícios, pois proporcionará até mesmo um maior grau de entrosamento entre eles, além de ativar o lado criativo do cérebro e a concentração. Sem falar que toma o tempo vago e faz com que eles se ocupem de forma totalmente benéfica.
        Vejo que o principal benefício dessa proposta é de pensar na saída dos detentos, o que irão fazer? Como irão se comportar perante a sociedade? Pois bem, com o ensino da música nos presídios, já iria melhorar e despreocupar uma boa parte da sociedade, já que poderiam voltar a sociedade até mesmo com uma profissão, ou de músico, ou de professor de música. Portanto vejo esse tema como muito importante e não poderia de deixar minha opinião sobre ele. Espero que a música contagie a todos, e que todos possam ao longo do tempo compreender sua importância social. 

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Música na terceira idade

                                           Velha Guarda Musical Camisa Verde e Branco.


        Só o músico sabe o gosto que tem de incorporar uma música e fazê-la transparecer e chegar a cada uma das pessoas com a mesma vibração e sensação que lhe é fornecida na execução. Isso acima de tudo serve como terapia para o corpo e para a mente. Pensando assim, vejo que com esses benefícios empregados, os idosos saem na frente como principais beneficiários dessa "terapia". É muito raro ver idosos cantando por ai, ou tocando algum instrumento, mas essa realidade tem de ser mudada, já deveria haver projetos voltados para isso, uma vez que serve como uma fonte de rejuvenecimento e ainda mais pode proporcionar uma espécie de valorização retrospectiva por parte das músicas daquele tempo.
        Afinal, a música  é a arte que mais bem representa as alegrias, tristezas, angústias, decepções, amores, paixões... e além de mais bem representar também serve para externar esses sentimentos, desabafar com o mundo.
        Música também é um veículo, um veículo de comunicação suave e ao mesmo tempo agressivo, que usa melodias e harmonias pra acalmar o ouvido, mas ao mesmo tempo vem junto com poesias e letras que causam arritmias ao coração do receptor.
        A música além de servir como terapia para a mente também serve de exercício para o corpo, pois a cada execução de qualquer instrumento requer um esforço dessas duas coisas, até mesmo a voz, que aparentemente não expressa esforço fisíco é uma das que mais requer.
        Portanto, pensando nisso, vejo que é louvável também pensarmos em música para a melhor idade, não pensar só em fazê-los escutar músicas do seu tempo, mas fazê-los executar essas músicas, convocar professores preparados para a educação musical destes e preparar repertórios recheados de lembranças dos seus bons tempos. Vejo isso não só como um bem social, mas também como uma questão de saúde pública. Acredito que com isso haverá uma melhor satisfação para enfrentar a vida e até mesmo levar a vida de um modo mais saudável e feliz.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A música como meio de inclusão social

                     Menino Diego (in memoria), emocionado e emocionando.


        Trago aqui uma discussão muito importante para o meio social em que vivemos, que é o fato da importância que a inclusão social tem para se estabilizar a sociedade e torná-la cada vez mais justa e honesta por meio das artes, em especial: a música.
        De exemplo temos vários projetos empregados no Rio de Janeiro como o grupo AfroReggae e outros grupos em tantas outras grandes cidades do Brasil, onde jovens que residem em favelas rodam o mundo todo fazendo apresentações nos maiores teatros do mundo. Porque não utilizarmos esse meio como forma de inclusão? Os resultados são sempre positivos e favoráveis para uma construção de um futuro melhor tanto para o jovem quanto para a sociedade, pois o jovem quando entra no mundo da música é como se entrasse em outra dimensão e como se o futuro fosse cada vez mais promissor e palpável (falo isso por experiência própria), Além de proporcionar uma estabilidade financeira e uma independência de incentivo financeiro por parte do governo, pois os jovens vão precisar apenas de uma ajuda inicial e logo após esse incentivo vão estar aptos a seguirem suas carreiras de forma responsável e promissora. Seria importante também ter um preparo psicológico para esses jovens, para que possa haver esse desprendimento da ajuda do governo de forma compreensiva.
        Falo aqui de um projeto, de uma idéia que pode ser colocada em prática, e tem tudo pra dar certo, basta apenas que os governantes de um modo geral tenham um olhar mais sensível e possam compreender que esse é um dos caminhos mais satisfatórios e curtos para que se tirem os jovens da rua de forma definitiva, outro exemplo que posso citar aqui é o do cantor e compositor Seu Jorge , que durante muito tempo foi morador de rua, e hoje se encontra no ápice da carreira. Concordo que o esporte também é uma forma de inclusão, mas vejo a música na frente e com caminhos mais curtos e definitivos para o futuro dos jovens, pois enquanto o esporte muda a vida dos jovens, a música muda a alma, a essência do ser humano, o modo de pensar e de se comportar, de ver a sociedade e a si mesmo com outros olhos.

Foto: Marcos Tristão.