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Aurora, Ceará, Brazil
Músico licenciado do curso de Música da Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri.
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segunda-feira, 5 de maio de 2014

A Engenhosidade Musical de Valdemir Vieira





Valdemir Vieira de Sousa nasceu em Aurora-CE em 02 de Setembro de 1952. Filho de Miguel Vieira de Sousa e de Laura Maria de Jesus. De Miguel, seu saudoso pai, recebeu forte influência para construir suas rabecas, como também do seu tio, Joaquim Vieira, irmão do seu pai, e do mestre Antônio Pinto, onde além de influência ganhou também incentivo.
Valdemir faz parte de uma família musical. Seu pai foi tocador e construtor de rabecas. Seus irmãos são reconhecidos músicos da cidade de Aurora, assim como o próprio, que é um amante da música nordestina, paixão que lhe fez comprar e aprender a tocar sanfona. Sempre foi engenhoso e mostrou interesse em construir objetos convencionais como pequenos móveis, utensílios para instrumentos musicais e até mesmo uma bicicleta.
Acompanhado sempre de certa inquietação, comum nos que possuem mente criativa, decidiu construir uma rabeca, onde, segundo ele, gostaria que se parecesse mais com um violino. Valdemir veio a construir três rabecas, todas no ano de 2008. Ao ser perguntado por que não construiu mais, confessou que recebeu críticas por ter colocado tarraxas de cavaquinho em sua composição, e que por conta disso acabou perdendo o gosto em continuar construindo.
A vontade de Valdemir era de fazer rabeca para lembrar do seu pai, não tendo interesse em fazer disso um ato costumeiro em sua vida. Das três que construiu vendeu uma que, segundo ele, por um valor abaixo do normal; doou outra a um irmão seu e ficou com uma de lembrança.
A sua rabeca traz características peculiares e particulares, talvez por ter preferido deixar o visual mais parecido com um violino do que com uma rabeca. Tal decisão resultou em uma rabeca com o corpo plano, sendo que sua medida é 35cm por 20cm; o braço mede 14cm. A madeira utilizada foi brumasa, porém, em sua lateral utilizou outro tipo de madeira a qual não lembra. O arco foi feito de madeira pau d'arco e crina de cavalo, além de um sistema criativo para tencionar as cordas utilizando porca e parafuso. As cordas são de violino. Cavalete e estandarte são feitos também de madeira. Não possui alma. Recebeu uma pintura de tinta automotiva de cor vinho. Na parte das cravelhas, como já foi mencionado anteriormente, Valdemir utilizou tarraxas de cavaquinho. Possui um som bonito, encorpado e abundante.



domingo, 7 de outubro de 2012

IV Festival de Calouros de Aurora – José Dantas da Silva Resgatando sonhos e transformando-os em realidade!





Na noite do dia 28 de Abril de 2012, um sábado, a cidade de Aurora-CE pôde conferir um evento sadio, voltado para a boa música e para os bons princípios sociais.
O IV Festival de Calouros de Aurora - José Dantas da Silva contou com a participação de 15 candidatos em busca de demonstrar seus talentos a sociedade e em buscar o reconhecimento artístico, participações que levaram o público a se emocionar, gritar, cantar junto, rir, gargalhar e torcer!
Na ala dos convidados um personagem ilustre da cidade, José Dantas da Silva, mais conhecido por Josenir Dantas. O mesmo exerceu importantes serviços ao município de Aurora-CE, podemos dizer que fez a história de Aurora acontecer nos anos 80 e início da década de 90, junto com seus companheiros Didi Tavares, Luiz Domingos de Luna e o Padre Francisco França escreveram capítulos importantes para a narrativa histórica de Aurora-CE.
Josenir veio ao encontro de velhos amigos, familiares, sociedade aurorense, mas especialmente veio para ser homenageado, numa noite repleta de sonhos realizados. O mesmo transparecia de emoção e entusiasmo, pois via em sua frente grandes talentos de Aurora e região. Mas também via a continuidade de um trabalho exercido à 20 anos atrás, via também o reconhecimento por parte dos aurorenses pelas suas obras, que foram muitas!
Ao falar, Josenir Dantas expressou em palavras a emoção que estivera a sentir. Sempre citando a importância da juventude para o desenvolvimento sócio-cultural, e para a reciclagem de valores na sociedade. O autor do Hino de Aurora e do Hino ao padroeiro Senhor Menino Deus conferiu sentado a cada um dos 15 participantes, sendo que uma vez ou outra não resistia e se levantava para aplaudir os candidatos, animar a platéia e incentivar os novos talentos.
No palco se encontravam a postos os músicos Juan Luna na guitarra, Roberto Santos nos teclados, Foguinho na bateria, o autor deste texto, Wagner Layb, no contrabaixo, os candidatos, que a essa hora todos já haviam participado do sorteio que definiu a ordem das apresentações, e o grande mestre de cerimônia Nanda Bezerra, que com seu talento conseguiu conduzir brilhantemente a noite do IV Festival de Calouros de Aurora – José Dantas da Silva. Em frente ao palco se encontravam os jurados: Rael Moura da cidade de Juazeiro do Norte, Cícero Galdino e Marisa Galdino, os dois últimos da cidade do Crato. O evento começou com o aval de Josenir Dantas, que no final de sua fala inicial declarou aberto o festival.
A primeira candidata da noite: Raiane Alves, de apenas 09 anos de idade, chegou surpreendendo a todos com o seu talento e sua afinação, cantando acompanhada pelo seu irmão Henrique dos Teclados, cantou a música “Fala Comigo - Bonde do Brasil”. Em seguida veio a sensação da noite, a candidata que perceptivelmente animou a todos que se encontravam no recinto: Xuxa de Aurora, cantando a música “Me Usa – Banda Magníficos” mostrou o seu potencial e simpatia no palco, deixando assim um marco em sua apresentação. O terceiro candidato da noite, o jovem cantor gospel Stênio Simões veio mostrar seu potencial cantando a música “Getsêmani” encantando a todos com sua potência de voz. Logo após as 3 apresentações foi mostrado o vídeo Túnel do Tempo que tinha como ênfase, levar o público a 20 anos atrás, com a exibição de um vídeo do festival de 1992. No túnel do tempo pudemos conferir várias figuras emblemáticas, entre elas o já falecido Zé Melé e a pequena Elayne Felix da Silva, acompanhada do seu pai ao violão na apresentação. Hoje em dia é conhecida do público que curte “vaneirão cearense” com o nome artístico de Elayne Tyne.
Logo após a primeira exibição do vídeo “Túnel do Tempo” que inclusive foi seguido de depoimentos em vídeo de pessoas que foram ligadas diretamente a Josenir Dantas em Aurora, foi dado o reinicio das apresentações com a candidata Manú Rodrigues, advinda da cidade de Porteiras-CE, a mesma cantou a música “Quem de nós dois – Ana Carolina” encantando ao público com seu talento e simpatia. O quinto candidato da noite foi o jovem José Joalys, quem cantou a música “Margarida – Altemar Dutra”, o candidato demonstrou cantar a música com sentimento, levando o público a euforia no início ao fim de sua apresentação. A sexta candidata foi Geany Thomas, a mesma cantou a música “De volta pro aconchego – Elba Ramalho”, onde esbanjou sua belíssima voz, no refrão aproveitou para oferecer a música apresentada ao homenageado Josenir Dantas.
O público ia ao delírio a cada apresentação, os candidatos podiam conferir suas torcidas, formadas por amigos e admiradores, os seis candidatos que até então já tinham cantado puderam mostrar ao público que o festival era de alto nível, e que valeria a pena que o público esperasse para ver as apresentações dos candidatos posteriores. Pelo que pudemos perceber, a mensagem funcionou e chegou a platéia fazendo com que os mesmos ficassem fixados na Associação Beneficente Aurorense para conferir até o final.
A sétima candidata da noite foi Nívea Castro, que cantou com sua bela voz a música “Aleluia – Gabriela Costa”, emocionando o público em geral e em especial a sua torcida que confirmou sua presença no evento. O oitavo candidato foi o jovem Filipe Gonçalves, onde cantou a música “Céu de Santo Amaro – Flávio Venturini”, logo de início ofereceu a apresentação a sua mãe, que estava presente no evento. O nono candidato foi Henrique Macêdo, interpretando a música “Pescador de Ilusões – O Rappa”, de início o candidato chamou a atenção do público com suas palavras que confessavam o amor à música sentido por ele.
A décima candidata foi a Jack, que interpretou a música “Ainda Bem – Marisa Monte”, a candidata por ser principiante mostrou coragem e encarou a platéia de forma profissional, demonstrando estar à vontade. A décima primeira candidata foi Lena Magalhães, que cantou a música “Pássaro de Fogo – Paula Fernandes”, a mesma repassou carisma e alegria ao público com sua interpretação. A décima segunda candidata foi Patrícia Olyver, que interpretou a música “Palpite – Adriana Calcanhoto”, de início a candidata agradeceu a Josenir Dantas pelo incentivo prestado a musicalidade aurorense e em seguida começou sua bela apresentação.
Finalmente chegávamos ao último bloco de apresentações, e chegávamos também ao final de uma competição saudável e de bom nível. Para finalizar a noite de apresentações se apresentaram três candidatas, a décima terceira da noite foi Liliane, que cantou a música “Não está sendo fácil – Kátia”, a candidata preferiu ser acompanhada somente ao violão, um ato de coragem que fez com que sua bela voz ficasse em evidência. A penúltima candidata foi Amanda, que cantou a música “Como eu quero – Kid Abelha”, demonstrando ter escondida uma bela voz, a qual impressionou o público presente. Finalmente chegamos a apresentação final, onde a última candidata da noite foi Sisa Mara, que cantou a música “Tente outra vez – Raul Seixas” encerrando assim o ciclo das majestosas apresentações.
A cada apresentação os candidatos eram indagados se queriam receber a opinião de um dos jurados, que neste caso era escolhido pelos candidatos. Todos os candidatos quiseram receber opinião, opinião que vinha com elogios e críticas construtivas, mas que não confessava a preferência dos jurados, muito menos a nota dos candidatos. Tal feito serviu para diminuir a ansiedade dos candidatos pelo resultado final, resultado esse que, aliás, demorou a sair por conta dos cálculos que foram feitos e refeitos, com a intenção de conferir a legitimidade dos fatos.
Logo após todas as apresentações abrimos o momento para homenagear Josenir Dantas com uma placa de homenagem, com a intenção de oficializar a noite e materializá-la com a placa, que continha de forma resumida uma descrição em forma de poema da trajetória de vida de Josenir Dantas. Após receber a placa Josenir proferiu palavras de agradecimento e emoção, agradecendo em especial aos que gravaram depoimentos para sua pessoa, que foram: João Silva, Zé Nilton, Auricélio Fernandes, Didi Tavares e Fátima Oliveira, que apesar de não ter saído por conta de problemas técnicos, foi agradecida da mesma forma. Agradeceu também aos candidatos, aos jurados e aos patrocinadores, parabenizando-os pelo ato de investir na cultura do município, e encerrou agradecendo aos promotores do evento. Josenir continuou sua fala onde se disse surpreso sobre os depoimentos dos seus familiares, que levaram o homenageado as lagrimas por vários momentos.
Enquanto o resultado não saia, os jurados faziam seus pronunciamentos e confessavam sua satisfação em ter participado do evento que conteve vários talentos de bom nível, e outros confessaram sua surpresa ao deparar com belas vozes, vozes que segundo os jurados já se encontram preparadas para encarar uma carreira profissional.
O homenageado da noite, Josenir Dantas, foi convidado pelo mestre de cerimônia Nanda Bezerra a cantar algumas de suas composições, convite que o pegou de surpresa, uma vez que não havia preparado música alguma, mesmo assim o mesmo veio ao palco e cantou sala de reboco junto dos músicos da banda do festival.  
Finalmente, era chegada a hora de saber quem dos 15 candidatos tinham sido os melhores da noite. E o resultado foi favorável a somente 3 deles. Os jurados entenderam que os três mais bem votados foram os melhores em suas apresentações, e o 3º lugar, recebeu o prêmio das mãos de Júnior Lira, foi a candidata Sisa Mara, que cantou a música “Tente Outra Vez – Raul Seixas” a mesma foi a última candidata a se apresentar. E o 2º lugar recebeu o prêmio das mãos do autor deste relato, Wagner Layb, a cantora que veio de Porteiras-CE, Manú Rodrigues, que interpretou a música “Quem de Nós Dois – Ana Carolina” e finalmente o primeiro colocado, da cidade de Aurora-CE, Stênio Simões, que interpretou a música “Getsêmani – Leonardo Gonçalves” e recebeu seu prêmio das mãos de Josenir Dantas, fechando assim a ansiedade dos candidatos e a curiosidade do público.
Para fechar a noite não poderia faltar a banda mais tradicional da cidade de Aurora, Grupo Aquarela e o cantor João Bosco, que com seu carisma e simpatia conduziu o final deste que foi um belo festival, cheio de surpresas, curiosidades, emoções, reencontros e felicidade. Quem dera tivéssemos a oportunidade de termos todo fim de semana festivais dessa natureza?

IV FESTIVAL DE CALOUROS DE AURORA – JOSÉ DANTAS DA SILVA
28/04/2012
Aurora-Ceará-Brasil

REALIZAÇÃO:
WAGNER LAYB E SITE AQUI CONECTADOS

AGRADECIMENTOS:
GOSTARIAMOS DE AGRADECER FORTEMENTE AO HOMENAGEADO DA NOITE: JOSÉ DANTAS DA SILVA - JOSENIR DANTAS E FAMÍLIA

AOS PATROCINADORES:
JÚNIOR TAVARES – ABA
IRAILTON – AKI MOTOS
OSASCO GONÇALVES – AUROMÓVEIS
GUIMARÃES GONÇALVES – ELETROLAR
ALDEMIR BATISTA (DODINHA) – G.A.S. EVENTOS
LAMHARCK DIAS – PRESIDENTE DO PC DO B DE AURORA
IDEMÁRIO TAVARES – LOJÃO E CONSTRUÇÃO
ROGÉRIA LEITE – POSTO SÃO JOSÉ
SANDRO LOPES – RADIALISTA
WILSON LUNA – SÓ KOSMÉTICOS
ADAILTON MACÊDO – PREFEITURA MUNICIPAL DE AURORA – ADM. O POVO CONSTRUINDO O NOVO

AOS APOIADORES:
ERIVAN LAVOR – SPORT E MAGAZINE
JOSIMAR LUNA – LUNA COURO
BANDA GAROTOS BACANAS
FORRÓ XOTEADO
SITE O MORAL
SITE AUROEVENTOS
ZEZINHO E IZAIDE – MERCADINHO DO POVO
E.E.F.M. MONSENHOR VICENTE BEZERRA
RÁDIO 102,3 - AURORA DO POVO FM
MYKEIAS GORDIM DA MÍDIA
PK MOTOS
MAURO TAVARES – LOJAS ARCO-IRIS
LEO CLUBE DE AURORA-CE
PJ – PASTORAL DA JUVENTUDE – AURORA-CE
CÍCERO GREGÓRIO - GRUPO VOLUNTÁRIO
SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS DE AURORA
PROFESSOR JOÃO TAVARES CALIXTO JÚNIOR
MALUNGO PRODUÇÕES

AOS COMPONENTES DA BANDA:
ANTÔNIO CARLOS (FOGUINHO) – BATERIA
JUAN LUNA – GUITARRISTA
ROBERTO – TECLADO
HENRIQUE – TECLADO
MARCIANO OLIVEIRA – TÉCNICO DE SOM


A EQUIPE DE APOIO:
NANDA BEZERRA
ALCIONE PEREIRA
JOSÉ EDSON
DANIEL GUSTAVO
EDUARDO LIRA
ZÉ MORENO
LEO CLUBE DE AURORA-CE

AOS CANDIDATOS:
RAIANE ALVES – FALA COMIGO – BONDE DO BRASIL
XUXA DE AURORA – ME USA – BANDA MAGNÍFICOS
STÊNIO SIMÕES – GETSÊMANI – LEONARDO GONÇALVES
MANÚ RODRIGUES – QUEM DE NÓS DOIS – ANA CAROLINA
JOALYS – MARGARIDA – ALTEMAR DUTRA
GEANY THOMAS – DE VOLTA PRO ACONCHEGO – NANDO CORDEL
NÍVEA CASTRO – ALELUIA – GABRIELA ROCHA
FILIPE GONÇALVES – CÉU DE SANTO AMARO – FLÁVIO VENTURINI
HENRIQUE MACÊDO – PESCADOR DE ILUSÕES – O RAPPA
JACK – AINDA BEM – MARISA MONTE
LENA MAGALHÃES – PÁSSARO DE FOGO – PAULA FERNANDES
PATRÍCIA OLYVER – PALPITE – ADRIANA CALCANHOTO
LILIANE – NÃO ESTÁ SENDO FÁCIL – KÁTIA
AMANDA – COMO EU QUERO – KID ABELHA
SISA MARA – TENTE OUTRA VEZ – RAUL SEIXAS

AOS JURADOS:
CÍCERO ANTÔNIO GALDINO NASCIMENTO
MARISA DO NASCIMENTO GALDINO
CÍCERO RAEL ALVES MOURA


AOS ENTREVISTADOS:
JOÃO SILVA
JOSÉ NILTON
AURICÉLIO FERNANDES
DIDI TAVARES
FÁTIMA OLIVEIRA
ERISMAR DANTAS
DARLING DANTAS
DIOGO DANTAS
DÁRDANA DANTAS
NAIR DANTAS


AOS CONVIDADOS E AO PÚBLICO QUE COMPARECERAM AO EVENTO.

“A música é uma prova de Deus.”
Rão Kyao
(Lisboa)

sábado, 25 de junho de 2011

MOVIMENTO PELA DIVERSIDADE MUSICAL NA MÍDIA - Por: Dihelson Mendonça

 
Somente com a união de todas as pessoas que gostam da música de qualidade no Brasil, conseguiremos vencer o "Cartel da Mídia" que mantém o monopólio do forró de plástico 24 horas por dia nas estações de rádio. Estou recrutando cada pessoa de bom gosto musical, cada cidadão que odeia a baixaria representada pelas bandas de forró; Cada um que curte outros estilos, para que juntos formemos uma frente, um movimento organizado que estou denominando inicialmente de "Movimento Pela Diversidade Musical na Mídia" para as estações de rádio possam voltar a tocar estilos variados de música, rompendo esse monopólio de porcarias estabelecido. Como sabemos, o percentual de pessoas que apreciam música de qualidade é muito superior aos que gostam de música ruim, mas somente a música ruim tem espaço no Rádio, porque um grupo econômico criou e mantém há 2 décadas uma estrutura perversa que visa apenas ganhar dinheiro fácil às custas da massificação.

A ESTRUTURA DO SISTEMA

Ao contrário do que muitos pensam, o monopólio do forró de plástico na mídia não é um elemento passivo. Não caiu no gosto do povo por mero acaso. É fruto de uma estrutura cuidadosamente planejada nos anos 90 por um grupo de empresários visando o ganho de dinheiro fácil dos incautos pela exploração e pela massificação. O objetivo primordial deles é manter o forró de plástico ativo 24Hs no Rádio, impedindo outros estilos musicias e garantindo público nos eventos:


O sistema é formado basicamente por 3 elementos que trabalham de forma organizada e sincronizada:

01 - Proprietários de bandas de forró de plástico ( gravadoras ) - A coisa toda é feita visando a exploração da baixaria, da vulgaridade, do estímulo ao alcoolismo e da prostituição, com letras pobres que apelam para os instintos primitivos enquanto se investe no visual, tornando a música um fator secundário. Arte não existe. Abusa-se do mau-gosto, e garantem-se espaços nas estações de rádio com uma estrutura paga, via satélite. Como uma droga de efeito imediato e que não se mantém, é que nem mesmo aqueles que gostam desse estilo aguentam ouvir a mesma música por muito tempo. O sucesso é passageiro, como o efeito de qualquer outra droga. O lucro não é obtido na venda de CDs, que são vendidos nas lojas por um valor simbólico e são muitas vezes doados em esquinas como promoção para arrebanhar público para os shows. Usam as gravadoras apenas como elemento de produção, sendo que o lucro real vem da venda de ingressos nos shows. A tática é oposta ao modelo vigente nas grandes gravadoras do país, onde lança-se o artista para vender o produto. Aqui, a gravadora serve apenas para reforçar e amparar o sucesso. A música pode até ser gravada ao vivo, no próprio show, pois descobriu-se que o público alvo não tem intelecto suficiente para distinguir a qualidade da gravação. O objetivo é promover a participação do público, sobretudo gritando nomes de determinadas pessoas nos shows, que levarão os CDs para tocar para os amigos. Na maioria dos casos, uma mesma música é gravada por várias bandas ao mesmo tempo.

02 - Estações de Rádio - Em conluio $$$$$ com as bandas de forró de plástico para massificar a população, elas é quem preparam o GADO ( público ) para as vendas dos ingressos nos eventos garantindo a publicidade antecipada, a fim de levar a massa como gado ao matadouro ( shows ) como se fossem Zumbis. A música, segundo eles, não deve ser artigo para pensar. Pensar, Dói ! - Música seria como qualquer droga, como CRACK e COCAÍNA: Apenas para a diversão fugaz, de fácil apelo, e em associação ao movimento corporal e à sensualidade. O Rádio une-se às bandas de forró para divulgar somente o material fornecido pelos proprietários, minimizando ou vetando quaisquer outras formas musicais, garantindo assim o monopólio e a massificação e preparando o povo para o principal: a venda de ingressos em shows.

03 - Proprietários de Casas de Shows - Aqui é onde realmente desemboca o grande filão do dinheiro. Visando lucro fácil, entram na jogada, abrindo os espaços para o material que já foi divulgado e massificado por meses nas estações de Rádio e em acordo com as bandas de forró. Em época de eventos, as bandas que irão participar se intensificam nas estações de rádio, tocando principalmente as que participarão, e retirando as que não irão participar, tudo preparado cuidadosamente com meses de antecedência e garantindo a participação da massa, que estará preparada a tempo para o dia do shows. Todos lucram no negócio milionário.

RECLAMAR ADIANTA ?

01 - Desde que o forró de plástico ( como é conhecido atualmente o chamdo "forró putaria", desde a intervenção do músico Chico Cesar ) nossa tática de reclamar não tem sequer arranhado a estrutura dos organizadores de eventos, e muito menos sensibilizado qualquer dos 3 pilares do cartel da mídia, que estão agarrados ao OSSO, mas estas reclamações, por outro lado, tem feito surgir muitas bocas indignadas no seio da sociedade ( inclusive crônicas famosas, como a do Ariano Suassuna ). As inúmeras reclamações trouxeram de volta pessoas que gostam da boa música e estavam esquecidas, impotentes frente ao descaso, e foi por essas reclamações que descobrimos outros que pensam iguais a nós, que estão vendo a arte e a cultura irem para o ralo. Portanto, reclamar é bom, sempre foi bom e sempre será uma grande arma nesse movimento.

02 - A nossa estratégia de começar a ganhar os meios de comunicação tem dado certo. Diversos artistas do nordeste, e principalmente do interior do Ceará, além de formadores de opinião se reuniram e foram às estações de rádio tocar aquilo que já não mais se ouvia. Apesar do curto espaço de tempo, estamos reunindo, congregando as pessoas que gostam de outros estilos musicais, e posso dizer pelo que vejo e tenho ouvido, que a quantidade de pessoas que gostam de boa música é maior do que os que gostam de porcaria, só que eles não se manifestam tanto quanto aqueles. Os shows dos bons artistas estão gradualmente retornando, e tem tido casa lotada, prova do retorno da boa música e do funcionamento do Marketing.

03 - Mesmo em Fortaleza, o reduto do Forró de Plástico, é unanimidade que lá esse forró decadente já diminuiu e alguns apostam até que está morrendo. Ainda bem!

O NOSSO MOVIMENTO:

Minha idéia é unir todas as pessoas que gostam de música de qualidade num grande e permanente movimento em direção às artes e à cultura, a fim de quebrar o monopólio de um só estilo de música no Rádio, garantindo a diversidadeartística e cultural. Temos andado muito dispersos nos últimos anos. O inimigo se aproveitou disso e tomou conta dos meios de comunicação. Permitimos literalmente que a raposa invadisse o galinheiro, enquanto ficamos apenas olhando sem nada fazer. Nosso movimento precisa ser direcionado no sentido de ocupar os espaços novamente, dos meios de comunicação em escala Regional, Estadual e Nacional.

Esse movimento organizado, que une todas as mídias de que temos acesso, terá por meta a união de todas as pessoas de bom gosto numa imensa "Corrente do Bem", que fará cada vez mais pressão no sentido de garantir espaços de diversidade na mídia, e consequentemente, formar mais platéia e bom gosto. O nosso público é grande, só está disperso. É preciso reunir essas pessoas dos 4 cantos. A nossa força estará nessa união. Será um movimento lento, porém gradativo e permanente, que espero contar com todos aqueles que não mais aguentam tanta decadência cultural, que não aguentam mais tanta porcaria no Rádio, e que desejam ouvir novamente MÚSICA DE VERDADE. Lançamos hoje a pedra fundamental desse movimento de resgate aos grandes valores; Não apenas musicais, pois a música decadente é fruto de uma sociedade em decadência. Por isso, é preciso investir nos grandes valores que formam o ser humano, que se baseiam sobretudo, na educação, que é o grande pilar da sociedade. Que possamos unir nossas forças, e todos os recursos disponíveis no sentido de cultivarmos o melhor do ser humano, e com certeza, todo o bem virá por consequência.