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Aurora, Ceará, Brazil
Músico licenciado do curso de Música da Universidade Federal do Ceará - Campus Cariri.
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segunda-feira, 5 de maio de 2014

A Engenhosidade Musical de Valdemir Vieira





Valdemir Vieira de Sousa nasceu em Aurora-CE em 02 de Setembro de 1952. Filho de Miguel Vieira de Sousa e de Laura Maria de Jesus. De Miguel, seu saudoso pai, recebeu forte influência para construir suas rabecas, como também do seu tio, Joaquim Vieira, irmão do seu pai, e do mestre Antônio Pinto, onde além de influência ganhou também incentivo.
Valdemir faz parte de uma família musical. Seu pai foi tocador e construtor de rabecas. Seus irmãos são reconhecidos músicos da cidade de Aurora, assim como o próprio, que é um amante da música nordestina, paixão que lhe fez comprar e aprender a tocar sanfona. Sempre foi engenhoso e mostrou interesse em construir objetos convencionais como pequenos móveis, utensílios para instrumentos musicais e até mesmo uma bicicleta.
Acompanhado sempre de certa inquietação, comum nos que possuem mente criativa, decidiu construir uma rabeca, onde, segundo ele, gostaria que se parecesse mais com um violino. Valdemir veio a construir três rabecas, todas no ano de 2008. Ao ser perguntado por que não construiu mais, confessou que recebeu críticas por ter colocado tarraxas de cavaquinho em sua composição, e que por conta disso acabou perdendo o gosto em continuar construindo.
A vontade de Valdemir era de fazer rabeca para lembrar do seu pai, não tendo interesse em fazer disso um ato costumeiro em sua vida. Das três que construiu vendeu uma que, segundo ele, por um valor abaixo do normal; doou outra a um irmão seu e ficou com uma de lembrança.
A sua rabeca traz características peculiares e particulares, talvez por ter preferido deixar o visual mais parecido com um violino do que com uma rabeca. Tal decisão resultou em uma rabeca com o corpo plano, sendo que sua medida é 35cm por 20cm; o braço mede 14cm. A madeira utilizada foi brumasa, porém, em sua lateral utilizou outro tipo de madeira a qual não lembra. O arco foi feito de madeira pau d'arco e crina de cavalo, além de um sistema criativo para tencionar as cordas utilizando porca e parafuso. As cordas são de violino. Cavalete e estandarte são feitos também de madeira. Não possui alma. Recebeu uma pintura de tinta automotiva de cor vinho. Na parte das cravelhas, como já foi mencionado anteriormente, Valdemir utilizou tarraxas de cavaquinho. Possui um som bonito, encorpado e abundante.



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Música no Cariri: Abidoral Jamacarú

                                              Abidoral Jamacarú

            Abidoral Jamacaru é natural da cidade de Crato-CE, nascido em 28 de novembro de 1948. Cantor e compositor desde 1970. Participou de vários festivais musicais, no decorrer de sua carreira. No III Festival da Canção do Cariri, realizado em 1973, na cidade do Crato, obteve o primeiro lugar com a música Lembranças do Carnaval que Passou. Dois anos depois conseguiu alcançar novamente a primeira colocação, agora na V edição do festival, com a música Margem Virgem.
         Além de participações em festivais, tem vários shows realizados nos mais diferentes locais do Brasil: Centro Dragão do Mar e Theatro José de Alencar, em Fortaleza; Teatro dos Quatro, em Teresina; Espaço Cultural da AABB da Tijuca, no Rio de Janeiro, dentre outros.
        O LP Avallon, de 1986, foi seu primeiro trabalho, gravado em São Paulo, no Studio Vice-Versa. Esse trabalho pode ser considerado um marco na produção musical cearense. Com uma produção muito bem cuidada de Luiz Carlos Salatiel e um trabalho gráfico marcante, de Romildo Alves e Edelson Diniz, o trabalho de Abidoral Jamacaru representa muito bem a riqueza cultural do Cariri. Em 2001, Avalon foi remasterizado e lançado em CD, pelo Studio Abel Produções Musicais, em Fortaleza.
         O CD O Peixe, de 1998, gravado no Studio Planeta, em Fortaleza, foi apontado pelo jornal O Povo como o melhor disco cearense do ano.
          Bárbara, título de seu mais recente trabalho, que presta justa homenagem a heroína Dona Barbara de Alencar. Neste terceiro trabalho, Abidoral mantém-se coerente aos seus princípios musicais. Contextualização literária atualizada, arranjos trabalhados sob a sua supervisão, sempre com propósitos inovadores! Novos parceiros, novas roupagens nas músicas de outros autores.
      Participou ainda de coletâneas, como Viva a Patativa, realizado pela Equatorial Produções, Fortaleza-CE; Compositores e Intérpretes Cearenses, realizado pelo Studio Lave e ProÁudio, em Fortaleza-CE.
            Abidoral é um artista bastante preocupado com o sentido do seu trabalho, isso se pode perceber, pelo tempo que leva para gravar seus discos (Cerca de dez a doze anos), pois ele afirma ser muito crítico com seus trabalhos. Já recebeu convites de gravadoras que o queriam modelar, condicionando-o a seguir o estilo de Alceu Valença, mas preferiu negar à mídia que negar a sí mesmo, mostrando assim a importância de um verdadeiro artista que busca seus ideais, e prima por seu estilo.
           Abidoral Jamacaru é isso e tudo mais, é o Brasil em canção, o nordeste em poesia, o mundo em harmonia e ritmo, é um orgulho para o Cariri. Ele consegue ser um artista de ontem, de hoje e de sempre.

Trabalho: 4º Ensaio de Troca de Afetos: Um pequeno ensaio sobre um grande artista: Abidoral Jamacaru. Publicado no livro: "Esmiuçando saberes de gente semente: Uma história de encontros pedagógicos"
Equipe: Francisca Romão Souza, Ibbertson Nobre Tavares, José Edson Santos Rodrigues, João Emanuel Sampaio Pereira e Wagner Layb Luna Oliveira.

Fontes Consultadas:
In http://tarsoaraujo.blogspot.com/2009/01/novo-cd-de-abidoral-jamacaru.
In http://musicadoceara.blogspot.com/2007/08/abidoral-jamacaru-avallon.
ALMEIDA FILHO, Luciano de. Vida e Arte. Jornal O Povo: 18/10/1997
MOURA, Dawtom. Memórias de um Cariri Musical. Caderno 3. Jornal Diario do Nordeste: 13/08/2007

domingo, 29 de maio de 2011

Música no Cariri: Izaira Silvino



   Exemplo, é a palavra que resume essa pessoa;
     Amor, é o sentimento que a faz mover;
     Felicidade, é o que ela sempre nos passa;
     Paz, é o que encontramos em seus olhos;
     Humildade, está nos seus gestos;
      , no seu caminhar;
     Sabedoria, ela tem de sobra.
    
        Izaira Silvino, é para nós um exemplo de pessoa, de ser humano, de educadora, de musicista. Sua obra no cariri foi e é muito importante. Conseguiu trazer para o cariri o 1º curso superior de licenciatura em música, pela Universidade Federal do Ceará. Ainda no cariri ela integrou por muitos anos a Sociedade Lírica do Belmonte (SOLIBEL), que tem como fundador o Pe. Ágio. Inclusive o próprio Pe. Ágio deixou essa missão pra ela, de continuar e nunca deixar morrer a Solibel. Por interseção do divino, diz ele.
        O amor que a Izaira Silvino tem para com a vida é tão grande, que é capaz de perpassar a matéria do seu corpo e invadir a todos que tem o contato com ela.
        A felicidade e a verdade que há em seu sorriso é tamanha que é capaz de nos cativar à primeira vista sem precisar falar nada, só sorrir...
        O seu olhar nos passa uma paz enorme e confortável. E ao mesmo tempo uma confiança divina.
        Os seus gestos são todos feitos com muita humildade. Humildade de quem soube subir na vida enfrentando dificuldades, mas sempre vencendo-as. Passando por todas as barreiras impostas pelo destino sempre de um jeito exemplar.
      A sua em Deus e no ser humano é notável a km. de distância. Conduz suas aulas sempre apostando fortemente no potencial dos seus alunos.
        Todas essas qualidades podem ser resumidas em uma só: Sabedoria. A sabedoria que a mestra Izaira Silvino têm para com a vida é imensa. É sábia nos exemplos, no amor, na felicidade, na paz, na sua humildade e na sua fé!
    Tudo isso faz dessa "Nêga metida!"* ser divinamente especial e importante para nós(Alunos), para o Juazeiro, para o Crato, para o Cariri, para o Ceará, para a música e para a educação brasileira. Izaira é daquelas pessoas que faz o mundo do próximo ser melhor.
        Deveria existir em cada um de nós uma Izaira...
  



* Termo que ela gosta de utilizar para defini-la. 

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Música no Cariri: Padre Ágio.: Por Izaira Silvino.

 
                                                       EXEMPLO DE VIDA...

        
         Conhecer Ágio Augusto Moreira é aprender a reconhecer a força do querer humano. É entender que "querer é poder"! Há 44 anos, este homem - músico, educador, temente a Deus - plantou uma semente, na subida da Chapada do Araripe, no Belmonte - Crato. Uma semente sonora, musical, uma escola rural de música (creio que, a primeira do Brasil). 
        Hoje, 2011, aquele Homem, que é padre também, ao completar noventa e três anos de idade, vê a colheita prodigiosa de sua plantação! Uma orquestra filarmônica (a Padre David Moreira), uma banda de música (a Zequinha de Abreu), uma orquestra ensemble (a Solibel Ensemble), um coral misto a quatro vozes (o Coral Santa Cecília), uma escola de Música (a Heitor Villa Lobos), cerca de duzentos cidadãos musicando o mundo, uma plêiade de crianças, jovens, adultos e velhos escrevedo suas sinas, satisfazendo suas ânsias de ser aprendiz da vida, fazedor de história, Músico do Cariri! Uma sede própria, com salas de aula, biblioteca, teatro, jardins, alegrias, cursos de violino, viola, violoncelo, contrabaixo, flauta, clarinete, oboé, clarone, tuba, computação etc, etc, etc... No 'etc' está o futuro - que a Deus pertence e a nós presenças!
        Ágio Augusto Moreira, um dos maiores educadores do Brasil, um revolucionário da PAZ (como Gandhi), um pedagogo musical, um benzedor de vida, um crente na humanidade, um homem que ganha tempo fazendo seu tempo e criando humanidade plena de grandeza... ecoando neste Cariri...
        Som na Caixa da Vida, minha gente, viver é preciso, fazer história de gente é necessário!
Ágio Augusto Moreira, Monsenhor da Igreja Católica do Cariri.
Benza-o Deus!
AMÉM!

Izaira Silvino

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Música no Cariri: Maestro Esmerindo Cabrinha.: Por Luiz Domingos de Luna

  Banda de Música Sr. Menino Deus, com o maestro Esmerindo Cabrinha

   
        Respirando a atmosfera artística e cultural de Cajazeiras/PB, pelas ruas, pelos espaços concretos e abstratos, assim, ao chamado de qualquer instrumento Musical, ao acorde do som, ao movimento dos dedos, ao ritmo da composição, a harmonia das orquestras; estava lá, sempre vigilante, sem pressa, doado por inteiro, imergido nas ondas sonoras. Navegando na simplicidade, na humildade, na entrega total, na missão intrínseca do seu ser, servir a sociedade na educação musical, num processo contínuo, burilando no mundo mágico de sua criação as letras sonoras que iriam libertar o homem das masmorras sociais, pois toda pequenez da matéria, era pulverizada por um conjunto harmônico de sons vibratórios, dando uma dimensão elástica do ser, na passagem temporal da existência; a cada nota, expelida pelo fito musical, um sonho, um desejo, uma vontade determinada de salvar a juventude das correntes de uma modernidade balofa.
        Gostava sempre de, em cada fonte, um ponto de um novo nascimento, não um nascimento ditado, sistematizado, na ordem, nas regras de conduta, mas no auto-nascimento, pois a cada músico, a possibilidade plena do encontro entre o ‘Eu íntimo’ e o som projetado.
        É incrível como cada discípulo de Esmerindo Cabrinha conseguia esculpir na alma a busca pela perfeição, uma perfeição sem cobranças, sem normas, sem lei, sem correção, feita apenas com o olhar silencioso, o olhar de quem acredita, de quem confia, era como se o olhar falasse ‘não se preocupe, eu estou do seu lado, você consegue, você supera, você chega lá’. Este débito musical dos alunos iniciantes sempre formava o paredão da ética, do compromisso, da vontade de acertar, da determinação de mostrar para si e para o mundo que aquele mestre não estava ali em vão, ou por um momento existencial efêmero, mas sim, para abrir horizontes para jovens que só tiveram uma única oportunidade na vida, a oportunidade de aprenderem com o Maestro Esmerindo Cabrinha da Silva, isto era tudo que os alunos possuíam. Eu mesmo, quando da chegada do maestro em Aurora, sempre atentamente, assistia às suas aulas, a sua didática me contagiava, pois não era apenas um professor de música, era muito mais, um humanizador, um construtor da cidadania, da ética, do respeito ao conjunto, e por extensão a sociedade, por que não dizer a humanidade como um todo.
        Os alunos de Esmerindo viam no maestro um instrumento afinado que tentava reconstruir o espaço único da alma humana, numa luta contínua contra as intempéries negativistas que sujam a história da humanidade. Da minha convivência com o meu mestre musical, edificador da natureza humana em linhas suaves, decodificadas ao brilho da harmonia, da melodia sonora, ficava sempre admirado com a sua despreocupação com a grandeza do mundo material, pois para seu Esmerindo, a riqueza do ser humano estava em projetar para o mundo um benfeitor musical e social, um humanizador, conseguir isto, parecia algo utópico, mas no carrossel do vendaval da existência, a marca de Esmerindo Cabrinha da Silva ficou timbrada para sempre, esculpida no interior de cada um dos seus alunos que hoje pavimentam nos mais diversos rincões deste país o celeiro de grandes músicos que envaidecem o seu Estado natal, Paraíba, e a sua amada e nunca esquecida, Aurora no Ceará.